Tic.. Tac...

Ela olha ansiosamente para os ponteiros do relógio. Esperava que algo acontecesse. Mas não. Já tinham passado três dias e ele não tinha voltado. Todos dias desde que tinham discutido e ele tinha saído de casa, ela sentava-se nas escadas, de frente para a porta e esperava. Esperava o seu regresso.

O barulho dos ponteiros do velho relógio de cuco que herdara do avô, que anteriormente passavam despercebidos no ritmo frenético dos dias a correr e das conversas, agora era o único som que ouvia.

Tic... Tac... Volta... Não volta... 

Ela sabia que aquele ritmo a iria levar à loucura... Mas não queria desistir de esperar. 

Quando ouvia passos lá fora levanta-se num pulo de esperança. Mas quando se apercebia que não era ele. Voltava-se a sentar e não abria a porta, a quem preocupado tocava. Nem respondia. Não era ele, não queria saber.

Se ele ao menos tivesse esperado para ela lhe explicar o que tinha acontecido. Que não tinha sido como ele pensava. Mas não. Ele saiu. Nem para ela olhou. Apenas lhe disse, de costas viradas para ela, que não voltava nunca mais... e cumpriu...

Ele nunca viria a saber, que a pessoa que ele achou ser amante da sua mulher, era o seu irmão à muito perdido, e que juntos se encontravam às escondidas, tentado procurar a melhor maneira para lhe dizer que tinha voltado... e o queria conhecer...

Mas ele não quis ouvir... e ela agora só ouve... o...

                                                                Tic... Tac...

                           Que e a levou à loucura...

Aqui está a minha humilde participação do  projecto Storyteller Dice do blog da Andreia